É natural que ao iniciarmos no yoga desperte dentro de nós o desejo de evoluir na prática de asanas: primeiro as posturas fáceis, com o passar do tempo as posturas intermediárias e enfim, as tão desejadas posturas avançadas. A frustração vem logo quando observamos outra pessoa realizar com facilidade um asana que ainda não conseguimos: o Ego já aparece para cobrar e buscamos exaustivamente tentar evoluir na postura física. Alguns desistem diante das dificuldades, alguns continuam tentar evoluir com o impulso do Ego e há quem comece, a partir da dificuldade, praticar verdadeiramente o yoga, e compreende que evolução não é apenas aumentar a dificuldade do asana. Manter o auto-estudo (svadhyaya) durante a prática, potencializa a energia do corpo para realizarmos os asanas. Tem dias que a prática é fluida, os asanas vem com facilidade, com estabilidade e permanência, mas também tem dias que a prática não flui como esperamos, o corpo dói, desequilibra, não encaixa e os asanas não saem. Depois de algum tempo nos entregamos de corpo e alma aos verdadeiros ensinamentos do Yoga, descobrimos que evoluir é na verdade aceitar a dificuldade e aproveita-la para crescer, usar ferramentas do yoga para o auto-conhecimento, observação, estudo e então separar as dificuldades físicas e mentais que aparecem ao longo da jornada.
O yoga se compara ao mar: ora nos sentimos a onda mais alta, ora a onda desmorona, e somos esmagados pelo Ego caso ainda não tenhamos compreendido que não somos nem a onda mais alta, nem a onda que desmorona: somos o Oceano.
É libertador quando descobrimos e começamos a viver a verdadeira essência do Yoga. Quando percebemos que os asanas não são para fins estéticos, asanas são posturas que, através do corpo físico, trabalham a energia interna. Cada pessoa tem suas barreiras e dificuldades e ninguém deve comparar-se. Entregue-se à pratica por completo, aceite com carinho e humildade as dificuldades que surgirem, tenha disciplina, esforço sobre si mesmo para superar-se, mas pratique com amor, respeito, com verdade e confie no processo: jamais se esqueça que a evolução interna é invisível aos olhos.
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