A autossabotagem é um padrão mental prejudicial que nos impede de alcançar nossos objetivos e sonhos. Ela se manifesta através de pensamentos, comportamentos e crenças negativas que nos desviam do caminho do sucesso e da felicidade.
Mas, porque nos autossabotamos?
As raízes da autossabotagem são complexas e multifacetadas, mas algumas das principais causam incluem:
- Medo do fracasso: o receio de não ter sucesso ou de ser julgado pode nos levar a procrastinar, tomar decisões precipitadas ou até mesmo desistir antes mesmo de tentar.
- Baixa autoestima: a crença de que não somos capazes ou que não merecemos alcançar nossos objetivos pode gerar insegurança, desmotivação e autocrítica, levando-nos a sabotar nossos próprios esforços.
- Crenças limitantes: frases negativas internalizadas ou experiencias passadas podem se tornar barreiras intransponíveis em nossa mente.
- Falta de clareza: a incerteza sobre o que queremos alcançar ou a falta de um plano de ação concreto podem gerar ansiedade e indecisão, nos impedindo de tomar as medidas necessárias para o sucesso.
- Perfeccionismo: a busca incessante pela perfeição pode levar à procrastinação, ao medo de cometer erros e à frustração, sabotando nossos resultados.
Quais os padrões mentais da autossabotagem:
- Pensamentos negativos: criticas internas, dúvidas constantes, pensamentos catastróficos e pessimismo são alguns dos pensamentos negativos que alimentam a autossabotagem.
- Procrastinação: adiar tarefas importantes, perder tempo com atividades irrelevantes e evitar começar novos projetos, são comportamentos típicos de quem se autossabota.
- Autocrítica excessiva: exagerar nos defeitos, minimizar as qualidades e focar nos erros em vez dos acertos são características da autocrítica, que sabota a autoestima e a confiança.
- Vitimização: culpar o externo e os outros pelas dificuldades, negar a responsabilidade pelos próprios atos e adotar uma postura passiva são comportamentos que impedem o crescimento e a superação dos desafios.
A neurociência explica que a prática milenar do yoga e a fascinante ciência da neuroplasticidade se entrelaçam em uma sinergia poderosa, oferecendo um caminho promissor para a autotransformação, o bem-estar mental e a saúde plena. Compreender essa relação profunda nos permite explorar as ferramentas da prática que moldam o cérebro, promovendo a neuroplasticidade e abrindo portas para um futuro mais radiante.
O cérebro, longe de ser um órgão estático, possui uma capacidade incrível de se adaptar e se transformar ao longo da vida. Essa característica, chamada neuroplasticidade, permite que novas experiências, aprendizados e estímulos moldem as conexões neurais, abrindo caminho para novas habilidades, comportamentos e perspectivas.
As práticas do Yoga, como asanas (posturas físicas), pranayama (técnicas de respiração) e meditação, atuam como catalisadoras da neuroplasticidade, promovendo mudanças positivas no cérebro em diversos níveis:
Criação de Novas Conexões Neurais: As posturas de Yoga desafiam o corpo de formas novas e estimulantes, impulsionando a criação de novas conexões neurais em áreas como o córtex motor, responsável pelo movimento, e o hipocampo, essencial para a memória e o aprendizado.
Fortalecimento das Áreas Cerebrais Relevantes: O pranayama, com suas técnicas respiratórias precisas e conscientes, fortalece áreas do cérebro como o córtex pré-frontal, associado ao controle da atenção, à tomada de decisões e à regulação emocional, e a amígdala, responsável pelo processamento do medo e da ansiedade.
Desativação de Padrões Negativos: A meditação, através da prática do foco e da autoconsciência, nos ajuda a identificar e desativar os padrões mentais negativos que alimentam a autossabotagem, o estresse e a ansiedade. Através da repetição, podemos reprogramar o cérebro para padrões mais positivos e construtivos, promovendo o bem-estar mental e emocional.
Benefícios da Neuroplasticidade Induzida pelo Yoga:
Melhora do Funcionamento Cognitivo: A neuroplasticidade promovida pelo Yoga aprimora funções cognitivas como memória, atenção, concentração e processamento de informações, otimizando o desempenho em diversas áreas da vida.
Redução do Estresse e da Ansiedade: As técnicas de respiração e meditação do Yoga ativam o sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento profundo, diminuindo os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e promovendo a sensação de calma e bem-estar.
Aumento da Autoestima e da Autoconfiança: O Yoga fortalece a autoimagem e a autoconfiança, conectando-nos com nosso potencial interior e nos inspirando a perseguir nossos sonhos com mais determinação.
Gestão Emocional Aprimorada: A prática do Yoga nos ensina a lidar com as emoções de forma mais consciente e eficaz, reduzindo a impulsividade e promovendo a inteligência emocional.
A relação entre Yoga e neuroplasticidade nos convida a uma jornada de autotransformação contínua, um processo de desvendamento e libertação de crenças limitantes e padrões negativos. Através da prática regular e da entrega consciente aos ensinamentos do Yoga, podemos desmantelar as raízes da autossabotagem, construir uma vida mais autêntica, plena e realizada, e moldar nosso cérebro para alcançarmos o nosso mais alto potencial.
O yoga nos apresenta uma visão para libertar o nosso potencial interior
No universo profundo do Yoga, a autossabotagem, também conhecida como autoboicote, emerge como um obstáculo silencioso que impede o florescimento do nosso potencial pleno. Através dos ensinamentos milenares dessa prática ancestral, podemos desvendar os mecanismos subjacentes à autossabotagem e encontrar ferramentas poderosas para superá-la, abrindo caminho para a realização pessoal e a felicidade autêntica. Para Patanjali, sábio que compilou os Yoga Sutras, a ignorância (avidya) e os kleshas que são as raízes da autossabotagem, como ele nos explica:
Avidya (ignorância): A raiz fundamental da autossabotagem no Yoga reside na Avidya, a ignorância sobre a nossa verdadeira natureza e a natureza da realidade. Essa ignorância gera crenças limitantes como "não sou bom o suficiente", "não sou capaz de alcançar meus sonhos" ou "eu não mereço ser feliz". Essas crenças negativas moldam nossa percepção da realidade e alimentam comportamentos autodestrutivos que nos impedem de evoluir e alcançar nosso potencial máximo.
Kleshas (obstáculos mentais): Além de avidya, Patanjali identifica cinco Kleshas, ou obstáculos mentais, que contribuem para a autossabotagem:
Asmita (egoísmo): A identificação excessiva com o ego, com o "eu", cria separação da realidade e alimenta a autocrítica, a inveja e o apego a resultados externos.
Raga (apego): O desejo excessivo por prazeres sensoriais e materiais gera insatisfação constante e impede a busca por objetivos mais elevados.
Dvesha (aversão): A antipatia por pessoas, situações ou experiências gera sofrimento e impede o desenvolvimento da compaixão e da aceitação.
Abinivesha (medo da morte): O medo da finitude e da impermanência da vida gera ansiedade e impede a busca por um sentido mais profundo da existência.
A autossabotagem, embora presente em nossas vidas, não precisa ser um destino inevitável. O Yoga, com sua sabedoria milenar e ferramentas práticas, oferece um caminho para a autotransformação e o despertar da força de vontade. Ao cultivar a consciência corporal, treinar a mente, promover o autoconhecimento e despertar a força interior, podemos romper com os ciclos negativos e alcançar a vida plena e significativa que desejamos.
Referências:
“Mindfulness: o poder do momento presente para transformar sua vida”, por Judson Brewer
“Inteligência emocional: a maestria das emoções para uma vida mais livre”, por Daniel Goleman
“How emotions are made: the secret life of the brain”, por Lisa Feldman Barrett
“Why we self-sabotage: how to stop blocking your own success”, por David R. Hamilton
“Light on Yoga”, por B.K.S. Iyengar
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