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Sobre os dias de lua

Muito já se questionou sobre a questão de não praticar a série de posturas durante os dias de lua chia ou nova, como todos os tipos de ideias sobre o porque e o significado de não se praticar nesses dias.


No entanto, a razão para a pausa de Pattabhi Jois nestes dias é bastante simples. Como se sabe, o Mahajara’s Pathashala (Universidade de Sânscrito) era fechada todos os meses para as aulas nos dias de lua e nos dias anterior e posterior. Os alunos continuavam os estudos, mas não era ensinadas novas lições. Uma das razões para isso era que no amavasya e no purnima, certos rituais tinham de ser realizados por ambos os professores e alunos, que são todos brâmanes – por exemplo, o pitr tarpana que é executado no amavasya, e o banho ritual no dia seguinte às luas – tudo isso leva tempo para ser realizado.


Desde que Pattabhi Jois era um estudante no Maharaja’s Pathashala, e professor de Yoga na faculdade de 1937 a 1973, tirar esses dias de folga tornou-se um hábito para ele. Como ele sustentava que o yoga era uma prática de origem védica, e que os conhecimentos dos Upanishads deveriam ser acessados através de asanas e pranayama, ele atribui as mesmas folgas ao ensino de yoga e ao ensino dos Vedas. Ele também costumava dizer que nos dias de lua cheia e luva nova havia uma conjunção particular de nakshatras que tornada mais fácil se machucar e que a lesão levava mais tempo para se curar.


Pattabhi Jois conhecia muito sobre astrologia também – o nome Jois é um diminutivo no sul da Índia para Jyotish, e a astrologia estava em sua tradição familiar.


Abaixo, uma história engraçada para ilustrar o que acontece quando nós (por exemplo, estudantes de Ashtanga Yoga) não investigamos os fatos de maneira racional:


“Um estudioso costumava dar aulas sobre o Bhagavad Gita todas as noites debaixo de uma árvore perto de uma aldeia. Ele tinha um gato de estimação, e este gato às vezes corria no meio das pessoas, fazendo bagunça. Dessa maneira, o sábio começou a amarrar o gato na árvore durante os momentos em que estava dando aula. Depois de algum tempo, o orador faleceu. Um de seus discípulos continuou a dar as aulas sobre o Bhagavad Gita debaixo da árvore, e a amarrar o gato durante a aula. Depois de algum tempo o gato morreu, e o discípulo comprou outro gato. Depois de três gerações, um discípulo escreveu um artigo sobre a tradição sagrada de se amarrar um gato à árvore durante as aulas sobre o Bhagavad Gita.”





Então, dito tudo isso, entende-se que por respeito à Pattabhi Jois, aos seus métodos e aos seus ensinamentos, é bom que os seus alunos sigam a folga do dia da lua, se puderem. O objetivo de seguir isso, e submeter-se à linhagem, é criar humildade, reflexão e um certo tipo de disciplina no aluno. A filha de Pattabhi Jois, Saraswati (que foi a primeira e única mulher a praticar yoga com ele na Universidade de Sânscrito) costumava dar aulas de segunda a sexta-feira e tirar os fins de semana de folga, e dizia que nos dias de lua simplesmente não ensinava novas posturas. Além disso, ela também dizia que seus alunos não praticavam todos os dias da semana, mas para aqueles que praticam, um dia de descanso ocasional é bom para o corpo.


Entregar-se a uma linhagem tem seu próprio charme e efeito sobre o nosso caráter, então por que não deveríamos experimentar? Alinhar suas mentes com princípios mais elevados é encontrar mais felicidade na prática. Seja nos dias de lua ou não.


Referência:

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